sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Despedida de um Gênio




"Se por um instante Deus se esquecesse que sou uma marionete de pano me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas em definitivo pensaria em tudo o que digo.
Daria valor as coisas, não pelo que valem, mas sim pelo significam.
Dormiria pouco, sonharia mais. Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria enquanto os demais se detém, despertaria enquanto os demais dormem.
Escutaria enquanto os demais falam, e como desfrutaria de um bom sorvete de chocolate!
Se Deus me favorecesse um pedaço de vida, me vestiria simples, me atiraria de bruços ao sol, deixando descoberto, não só meu corpo, mas também minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo, e esperaria que saísse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua.
Regaria com minhas lágrimas as rosas, para sentir a dor de seus espinhos, e o vermelho beijo de suas pétalas...
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer as pessoas que eu amo, que as amo.
Convenceria a cada mulher ou homem que são meus favoritos e viveria apaixonado de amor.
Aos homens provaria quanto equivocados estão ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar!
A um menino daria asas, mas deixaria que ele sozinho aprendesse a voar.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escalada.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com seu pequeno punho, pela primeira vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro até em baixo, quando há de ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas realmente de muito não haverão de servir, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei morrendo.
Sempre diz que o que sentes e faz o que pensas.
Se soubesse que hoje fosse a última vez que vou te ver dormir, te abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião de tua alma.
Se soubesse que esta fosse a última vez que te vejo sair pela porta, te daria um abraço, um beijo e te chamaria de novo para dar-te mais.
Se soubesse que esta fosse a última vez que ouviria tua voz, gravaria cada uma de tuas palavras para poder ouví-las uma e outra vez indefinidamente.
Se soubesse que estes são os últimos minutos que te vejo diria "te amo" e não assumiria, tontamente, que já sabes.
Sempre há um amanhã e a vida nos dá outra oportunidade para fazer as coisas bem, mas se me equivoco e hoje é tudo o que nos resta, gostaria de dizer o quanto te amo, que nuca te esquecerei.
O amanhã não está garantido a ninguém, jovem ou velho.
Hoje pode ser a última vez que vejas os que amas.
Por isso, não esperes mais, faz hoje, já que se o amanhã nunca chega, seguramente lamentarás o dia que não tivestes tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e que estiveste muito ocupado para conceder-lhes um último desejo.
Mantém os que amas perto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que necessitas deles, ama-os e trata-os bem, encontra tempo para dizer-lhes "sinto muito", "perdoa-me", "por favor", "obrigado" e todas as palavras de amor que conheces.
Ninguém te recordará por teus pensamentos secretos.
Pede ao Senhor a força e sabedoria para expressá-los.
Demonstra a teus amigos quanto são importantes para ti."


Gabriel Garcia Márquez

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ouvindo Deus...



Você acredita no que ouve?????

Eram aproximadamente 10 horas quando um jovem começou a dirigir-se para casa.Sentado no seu carro, ele começou a pedir:
- " Deus! Se ainda falas com as pessoas, fale comigo.
Eu irei ouvi-lo. Farei tudo para obedece-lo"
Enquanto dirigia pela rua principal da cidade,ele teve um pensamento muito estranho:"Pare e compre um galão de leite".
Ele balançou a cabeça e falou alto:
"Deus? É o Senhor?"
Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa.
Porém, novamente, surgiu o pensamento:"Compre um galão de leite".
O jovem pensou em Samuel e como ele não reconheceu a voz de Deus, e como Samuel correu para Eli. Isso não parece ser um
teste de obediência muito difícil...Ele poderia também usar o leite.
O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa.
Quando ele passava pela sétima rua,novamente ele sentiu um pedido:
"Vire naquela rua".
Isso é loucura... - pensou -e, passou direto pelo retorno.
Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua.
No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua.
Meio brincalhão, ele falou alto :
"Muito bem, Deus. Eu farei".
Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência.Não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria
das casas estavam escuras,como se as pessoas já tivessem ido
dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa.Novamente, ele sentiu algo:"Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua".
O jovem olhou a casa. Ele começou a abrir a porta, mas voltou a sentar-se."Senhor, isso é loucura. Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?".Mais uma vez, ele sentiu que deveria
ir e dar o leite.Inicialmente, ele abriu a porta...
"Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas.Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem. Eu quero ser obediente! Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente,eu vou embora daqui". Ele atravessou a rua e tocou a campainha.
Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro,parecido com o choro de uma criança.A voz de um homem soou alto:
"Quem está aí? O que você quer?"
A porta abriu-se, em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta.Ele desconhecido em pé na sua soleira.
"O que é? ". O jovem entregou-lhe o galão de leite.
"Comprei isto para vocês".
O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto.
A mulher pegou o leite e foi para a cozinha.
O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava.
Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando:"Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira
de conseguir leite".Sua esposa gritou lá da cozinha:
"Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco...

Você é um anjo?"

O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem.Ele voltou-se e foi para o carro,enquanto as lágrimas corriam pela sua face.Ele experimentou que Deus ainda
responde os pedidos.

Três Conselhos





Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e
vivia de favores num sítio do interior.
Um dia o marido fez a seguinte proposta a esposa:
- Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem
longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições
para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável.

Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma
coisa, que você me espere e, enquanto estiver fora,
seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.
Assim sendo o jovem saiu.

Andou muitos dias a pé, até que encontrou um
fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.
O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar,
no que foi aceito.

Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também
foi aceito.
O pacto seria o seguinte:
- Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando
eu achar que devo ir, o Senhor me dispensa das minhas obrigações.
- Eu não quero receber o meu salário. Peço que o Senhor
o coloque na poupança, até o dia em que eu for embora.
- No dia em que eu sair o Senhor me dá o dinheiro e eu
sigo o meu caminho.

Tudo combinado.
Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e
sem descanso. Depois de vinte anos chegou para o patrão e disse:
- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando
para a minha casa.

O patrão então lhe respondeu:

- Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo,
só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem?
- Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou
eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora.

Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e
se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro.
- Vá para o seu quarto, pense e depois me de a resposta.
Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e
disse-lhe:

- Quero os três conselhos.
O patrão novamente frisou:
- Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.
E o empregado respondeu:
- Quero os conselhos.
O patrão então lhe falou:

01) Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais
curtos e desconhecidos podem custar a sua vida;

02) Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a
curiosidade para o mal pode ser mortal;

03) Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor,
pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já
não era tão jovem assim:

- Aqui você tem três pães, dois para você comer durante
a viagem e o terceiro é para comer com sua
esposa quando chegar a sua casa.

O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de
vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.
Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho
que o cumprimentou e lhe perguntou:

- Pra onde você vai?
Ele respondeu:
- Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias
de caminhada por esta estrada.

O andarilho disse-lhe então:
- Rapaz, este caminho é muito longo, eu
conheço um atalho que "é dez"
e você chega em poucos dias.

O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando
lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu
o caminho normal.

Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.
Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma
pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se.

Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.
De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor.

Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir
até o local do grito. Quando estava abrindo a porta,
lembrou-se do segundo conselho.
Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem
lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito
e ele disse que tinha ouvido.
O hospedeiro disse:

E você não ficou curioso? Ele disse que não.
No que o hospedeiro respondeu:
- Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu
filho tem crises de loucura; grita durante a
noite e quando o hospede sai, mata-o e enterra-o no quintal.
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por
chegar a sua casa.

Depois de muitos dias e noites de caminhada... Já ao
entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua
casinha, andou e logo viu entre os arbustos a
silhueta de sua esposa.

Estava anoitecendo , mas ele pôde ver que ela não estava só.
Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as
pernas, um homem a quem estava acariciando os cabelos.
Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e
amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a
matá-los sem piedade.

Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se
do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela
noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.
Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse:

- Não vou matar minha esposa e nem o seu amante.
Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta.
Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu.
Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao
seu pescoço e o abraça afetuosamente.
Ele tenta afastá-la, mas não consegue.
Então com lágrimas nos olhos, lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu. . .
Ela espantada lhe responde:

- Como? Eu nunca te trai, esperei durante esses vinte anos.
Ele então lhe perguntou:
- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao
entardecer?
E ela lhe disse:
- Aquele homem é nosso filho.

- Quando você foi embora, descobri que estava grávida.
Hoje ele está com vinte anos de idade.
Então o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes
toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.
Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão.

Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção,
ele parte o pão e ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro,
o pagamento por seus vinte anos de dedicação.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O que uma mulher quer?




O jovem Rei Arthur foi surpreendido pelo monarca do reino vizinho, enquanto caçava furtivamente em um bosque. O Rei (vizinho) poderia tê-lo matado no ato, pois tal era o catigo para quem violasse as leis da propriedade.
Contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil.
A pergunta era:

O que realmente as mulheres querem?
Semelhante pergunta deixaria perplexo até o homem mais sábio, e ao jovem Arthur lhe pareceu impossível de respondê-la.
Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou ao seu reino e começou a interrogar as pessoas.
A princesa, a rainha, as prostitutas, os monges, os sábios, o palhaço da corte, em suma, todos, e ninguém soube dar uma resposta convincente.
Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta.
O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços.
Chegou o último dia do acordado e Arthur não teve mais remédio senão recorrer a feiticeira.
Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com uma condição:
primeiro teria que aceitar o seu preço.
Ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da mesa redonda e o mais intimo amigo do Rei Arthur!
O jovem Arthur a olhou horrorizado:
era feíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos,...nunca havia topado com uma criatura tão repugnante.
Se acovardou diante da perspectiva de pedir a um amigo de toda a sua vida para assumir essa carga terrível.
Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo.
A bruxa, de sabedoria infernal, disse:
"O que realmente as mulheres querem é:
serem soberanas de suas própriasvidas!"
Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo.
Assim foi.
Ao ouvir a resposta, o monarca vizinho lhe devolveu a liberdade.
Porém, que bodas tristes foram aquelas ... toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais desgarrado, entre o alívio e a angústia, do que o próprio Arthur.
Gawain, entretanto, se mostrou cortês, gentil e respeitoso.
A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso.
Chegou a noite de núpcias.
Quando Gawain, já reparado para ir para a cama aguardava sua esposa, ... ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar!
.. Gawain ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido.
A jovem lhe respondeu com um sorriso doce, que como havia sido cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria com aspecto horrível e a outra metade com aspecto de uma linda donzela.
Então ela lhe perguntou:
Qual ele preferiria para o dia e qual para a noite?
Que pergunta cruel ...
Gawain se apressou em fazer cálculos...
Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa ou, quem sabe, ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.
Vocês o que teriam preferido?
... o que teriam escolhido?
A escolha que fez Gawain está mais abaixo, porém, antes tome sua decisão.

É MUITO IMPORTANTE QUE SEJAM SINCEROS COM VOCÊS MESMOS.
? ? ? ? ?
????
O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma.
Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua vida.

... Moral da história: * * * Não importa se a mulher é bonita ou feia,
no fundo, é sempre uma bruxa...

EU NÃO TINHA TEMPO...


Hoje, ao atender o telefone, que insistentemente exigia atenção, o meu mundo desabou.
Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, meu ombro camarada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer quase que instantaneamente.Lembro de ter desligado o telefone e caminhado a passos lentos para meu quarto, meu refúgio particular.As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente à mente.

A faculdade, as bebedeiras, as conversas até altas horas da noite, as confidências ao pé-do-ouvido, as colas, a cumplicidade, os sorrisos... As risadas... eram fáceis de surgir naquela época.Lembrei da formatura, de um novo horizonte surgindo...Das lágrimas de despedidas, e principalmente, das promessas de novos encontros.Lembro a promessa de que eu nunca seria esquecido.E realmente, nunca fui.

Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava, ou das mensagens - que nunca respondia - que ele constantemente me enviava, enchendo minha caixa postal de mensagens e de esperanças.

Apesar do esforço para vasculhar minha mente, não consegui me lembrar de uma só vez em que peguei o telefone para ligar e dizer a ele o quanto era importante para mim contar com a sua amizade.

Afinal, eu era uma pessoa muito ocupada. Eu não tinha tempo...

Não lembro de uma só vez em que me preocupei de procurar um texto edificante e enviar para ele, ou qualquer outro amigo, com o intuito de tornar o seu dia melhor.

Eu não tinha tempo...

Não lembro de ter feito qualquer tipo de surpresa, como aparecer de repente com uma garrafa de vinho e um coração aberto disposto a ouvir.

Eu não tinha tempo...

Não lembro de qualquer dia em que eu estivesse disposto a ouvir os seus problemas.

Eu não tinha tempo...

Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas.Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.Talvez - e este talvez vai me acompanhar eternamente - se eu tivesse prestado um pouco de atenção e despendido um pouquinho do meu sagrado tempo.Talvez ele, que sempre inundou o meu mundo com sua iluminada presença, estivesse se sentindo sozinho.

Até mesmo as mensagens engraçadas que ele constantemente mandava poderiam ser seu jeito de pedir ajuda.Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta.

A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.

Agora, lentamente escolho uma roupa preta - digna do meu estado de espírito e pego o telefone. Aviso o meu chefe de que não irei trabalhar hoje e quem sabe nem amanhã, nem depois...

Pois irei tirar o dia para homenagear com meu pranto a uma das pessoas que mais amei nesta vida.

Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, de que para isto, para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida, eu TIVE TEMPO!
Descobri que se você não toma as rédeas de sua vida o tempo te engole e te escraviza.Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas somente sou "o profissional" durante o expediente normal.Fora dele, sou um ser humano. Nunca mais minhas mensagens recebidas ficaram sem pelo menos um "oi" de retorno.

Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade, humor e dias melhores.Escrevo cartões de aniversário e de natal, sempre lembro as pessoas de como elas são importantes para mim.

Abraço constantemente meus irmãos e minha família, pois os laços que nos unem são eternos.Esses momentos costumam desaparecer com o tempo, e todo o cuidado é pouco.Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam - afinal, para que guardá-los?


Aprendendo a viver...



Aprendi que se aprende errando...
Que
crescer não significa fazer aniversário.
Que o silêncio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem.
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos.
Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim.
Que a maldade se esconde atrás de uma bela face.
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela.
Que, quando penso saber de tudo ainda não aprendi nada.
Que a Natureza é a coisa mais bela na Vida.
Que amar significa se entregar por inteiro...
Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos.
Que se pode conversar com estrelas...
Que se pode confessar com a Lua...
Que se pode viajar além do infinito...
Que dar um carinho também faz...
Que sonhar é preciso...
Que se deve ser criança a vida toda...
Que nosso ser é livre...
Que Deus não proíbe nada em nome do amor...
Que o julgamento alheio não é importante.
Que o que realmente importa é a Paz interior.
E finalmente, aprendi que não se pode morrer,
pra se aprender a viver...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um Velho Pedreiro...



Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar. Ele informou o chefe, do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com a sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar. A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e ele pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto como um favor. O pedreiro não gostou mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados. Foi uma maneira negativa dele terminar a carreira. Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída. Depois deu a chave da casa ao pedreiro e disse: "Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você". O pedreiro ficou muito surpreendido. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente....

O mesmo acontece conosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos.

Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás. Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes.

Alguém já disse que: "A vida é um projeto que você mesmo constrói". Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" em que vai morar amanhã. Portanto a construa com sabedoria!

E lembre-se: Trabalhe como se não precisasse do dinheiro. Ame como se nunca tivessem lhe magoado antes. Dance como se ninguém estivesse olhando. E passe esta mensagem para alguém que consideras de verdade.


Para quem é pai/mãe e para aqueles que o serão... Texto de Affonso Romano de Sant'Anna



Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.

Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.
E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos,soltos. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros.Ali estamos, com os cabelos esbranquiçados.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas,das notícias, e da ditadura das horas. E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.

Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao Shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.

Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

Aprendemos a ser filhos depois que somos pais.
Só aprendemos a ser pais depois que somos avós..."


Nossos velhos



Pais heróis e mães rainhas do lar.
Passamos boa parte da nossa existência
cultivando estes estereótipos.
Até que um dia
o pai herói começa a passar o tempo todo sentado,
resmunga baixinho e
puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.
A rainha do lar
começa a ter dificuldade de concluir as frases
e dá pra implicar com a empregada.
O que papai e mamãe
fizeram para caducar de uma hora para outra?
Fizeram 80 anos.
Nossos pais envelhecem.
Ninguém havia nos preparado pra isso.
Um belo dia eles perdem o garbo,
ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez
de eles serem cuidados e mimados por nós,
nem que pra isso recorram
a uma chantagenzinha emocional.
Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo,
e o que não sabem eles inventam.
Não fazem mais planos a longo prazo,
agora dedicam-se a pequenas aventuras,
como comer escondido tudo o que o médico proibiu.
Estão com manchas na pele.
Ficam tristes de repente.
Mas não estão caducos:
caducos ficam os filhos,
que relutam em aceitar o ciclo da vida.
É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas
já não estão no controle da situação.
Estão frágeis e um pouco esquecidos,
têm este direito, mas seguimos exigindo deles a
energia de uma usina.
Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.
Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular
e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso:
calça de brim? frege?auto de praça?
Em vez de aceitarmos com serenidade o
fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento
com o passar dos anos,
simplesmente ficamos irritados por eles terem traído
nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.
Provocamos discussões inúteis
e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga
como sempre foi. .
Essa nossa intolerância só pode ser medo.
Medo de perdê-los,
e medo de perdermos a nós mesmos,
medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.
Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida,
mas é difícil aceitar as etapas dos outros,
ainda mais quando os outros são papai e mamãe,
nossos alicerces,
aqueles para quem sempre podíamos voltar,
e que agora estão dando sinais
de que um dia irão partir sem nós.

Volte Sempre

A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.

Albert Einstein